domingo, 4 de julho de 2010

Quebrando Paradigmas (1)


Iniciando uma série de postes sobre paradigmas científicos (convicções cientificas) que foram quebrados nos últimos anos.
Hoje venho falar da célula fundamental para o sistema nervoso: o neurônio.



Há muito tempo atrás diversas teorias biológicas e fisiológicas acreditavam que o neurônio era indivisível, portanto isso implicava em uma certa quantidade definida na idade adulta, certo? Era o que se acreditava, pois nunca em laboratório um neurônio conseguiu se dividir a partir de outro (processo chamado de mitose), deparei com inúmeros livros na educação básica (ensino médio e fundamental) que afirmavam que o neurônio era indivisível, ta, maravilha, até no famoso livro do Junqueira & Carneiro afirmava isso.
Junqueira e Carneiro: neurônios divisíveis? 

Tudo bem, não vamos culpar o pessoal, mas esse paradigma foi quebrado graças a Herbert Viana, lembra daquele acidente de avião que ele sofreu? Então Herbert perdeu as áreas cerebrais relacionadas à vocalização, ou seja, não podia mais cantar, pois sofreu um traumatismo craniano que interrompeu o fluxo sanguíneo para determinada área.
 
Herbert Viana: Sua persistência fez neurônios se dividirem   

Quando Herbert recuperou a consciência soube que não poderia mais cantar, ele tentou de várias maneiras, mas foram em vão, um certo dia Herbert percebeu que estava começando a cantar novamente (mesmo com a área lesada), pois bem, um grupo de cientistas resolveu investigar e descobriu que as “tentativas” de cantar dele fez outros neurônios se excitarem (capacidade de reagir aos estímulos) e de dividirem por mitose, a partir daí Herbert que “havia perdido” neurônios relacionados ao canto os recuperou.
Um novo paradigma se instaurou: NEURÔNIOS SÃO DIVISÍVEIS SE ESTIMULADOS MUITO.